Quando o sangue é bombeado para fora do coração, em direção ao resto do corpo, ele encontra uma tensão exercida pelas paredes da artéria, essa tensão gera uma pressão no Sistema Circulatório, chamamos então de Pressão Arterial.

Nosso coração trabalha incessantemente, pois se parasse, as funções do corpo seriam prejudicadas e morreríamos. O período entre uma contração e outra é denominada Ciclo Cardíaco. O Ciclo cardíaco é composto por:

Diástole: movimento de relaxamento das câmaras internas do coração onde os átrios se enchem de sangue vindo da Veia Cava superior e Veia Cava inferior pelo lado direito, e da Veia Pulmonar pelo lado Esquerdo e os ventrículos se enchem de sangue vindos dos átrios.

Sístole: movimento de contração das câmaras internas do coração onde os átrios se contraem jogando o sangue para dentro dos ventrículos, e os ventrículos se contraem despejando o sangue na Artéria Pulmonar no caso do ventrículo direito e na Artéria Aorta pelo ventrículo esquerdo.

Os movimentos de diástole e sístole acontecem de forma alternada pelos átrios e ventrículos; quando os átrios encontram-se em sístole os ventrículos encontram-se em diástole, e vice-versa, pois se os movimentos de sístole, por exemplo, acontecessem ao mesmo tempo o sangue não teria para onde ser escoado. Por isso, o período entre uma Sístole e outra chamamos de Ciclo cardíaco.

A pressão exercida pelo coração quando bombeia o sangue também se divide em Pressão Sistólica; que é a pressão no momento de contração do coração e esvaziamento das câmaras internas e Pressão diastólica que é a pressão no momento do relaxamento e enchimento das câmaras do coração.

Porém, a pressão não pode ser excessiva, pois isso exigiria um esforço muito grande por parte do coração para bombear o sangue e das artérias para segurar o fluxo, nem muito baixa pois assim o sangue não chegaria em tecidos acima da linha do coração, ou seja, ele não conseguiria vencer a ação da gravidade, o cérebro por exemplo não seria irrigado de forma satisfatória. Para garantir uma pressão ótima ou ideal o corpo dispõe de mecanismos que regulam essa pressão, mas antes de entender esses mecanismos vamos entender quais fatores influenciam a pressão.

A equação que define a pressão arterial pode ser expressa da seguinte forma: PA= DC x RVP, onde PA é a pressão arterial, DC é o Débito Cardíaco e RVP é a Resistência Vascular Periférica.

O Debito cardíaco corresponde a quantidade de sangue que é bombeado pelo coração a cada minuto, isto é a quantidade de sangue que o coração despeja no sistema por minuto. O Debito Cardíaco pode ser expresso da seguinte maneira DC= VS X FC, onde o VS corresponde ao volume sistólico total, ou seja, o volume de sangue do corpo e a FC corresponde a Frequência Cardíaca. A capacidade do Debito cardíaco depende tanto do volume sistólico quanto da frequência cardíaca. Quanto maior o volume sistólico, maior será trabalho que o coração terá para bombeá-lo para o sistema aumentando assim a frequência cardíaca. O contrário também ocorre, quando menor o volume sistólico menor o trabalho (em um coração sadio) para bombeá-lo para o sistema diminuindo assim a frequência cardíaca.

A Resistência Vascular Periférica corresponde a capacidade de vaso-dilatação (aumento no diâmetro) ou vaso-constrição (diminuição do diâmetro) da artéria, ou seja, a medida que a artéria se contrai a tendência é o aumento da pressão e com a dilatação a pressão tende a baixar.

Conhecendo esses fatores podemos concluir que o volume de sangue e a resistência que as artérias impõem ao coração determinam a magnitude da pressão. Agora fica mais fácil entender como o organismo regula a pressão, a medida que a pressão aumenta o corpo se ajusta para que ou o volume de sangue diminua, ou as artérias se dilatem ou para que ocorra ambos. E o contrario também ocorre, se a pressão baixa demais o corpo se ajusta para que ou volume de sangue aumente, ou as veias se contraiam, ou para que ambos ocorram.

 

FAGNER KELVIN CUSTODIO VIEIRA                           CREF099347 – G/SP

COODENADOR DO GRUPO DE ESTUDO DE HIPERTENSÃO